sábado, agosto 18, 2007

CRÔNICA PARA NÓS MESMOS





A maioria dos conteúdos que encontramos nos sites, portais, blogues, jornais e revistas que tratam sobre política, destacam o momento negativo pelo qual o Brasil transita.
É comum lermos sobre a incompetência dos governantes, a falta de ética e o abandono de princípios básicos da moralidade.
As críticas dirigidas ao presidente Lula quase que se repetem.
Os textos não são meros amontoados de palavras ou idéias. Quase sempre são escritos ancorados em argumentos e fatos reais e não meramente lançados na mídia com o objetivo de criticar-por-criticar.

Raros são os textos de cronistas que defendem o governo ou que apresentam números positivos que serviriam como escudo às críticas cada vez mais intensas. Exceto os índices das pesquisas que, apesar de toda a turbulência, mostram Lula sendo apoiado por parte do povo.
E os críticos não contestam os quase 50% de prestígio que o presidente detém.

Porém, aqui está o fato curioso.
Quem lê crônicas na internet, jornais e revistas são os mesmos que escrevem os textos e crônicas nas revistas, nos jornais e na internet. Outros vão atrás da notícia e são aqueles que procuram saber as opiniões de especialistas para poderem formar sua própria idéia sobre os acontecimentos.

Escrevemos e falamos para nós mesmos e para poucos.
Sou excludente - porque excluo a parte da população que não tem acesso à leitura ou à internet por falta de condições.
Alguns formadores de opinião e governantes da mesma forma excluem os pobres que são amparados por políticas sociais que ao mesmo tempo em que auxilia, segrega e compra a simpatia através de artimanhas e ciladas, fazendo dos menos preparados parceiros sem opinião.

Ler o jornal depende de poder aquisitivo também. Todavia, prevalece o interesse da pessoa, “enquanto” cidadão, por revistas e textos de jornais. É uma questão de educação e hábito.

A grande parte da população pobre e marginalizada não toma conhecimento das importantes questões que são postas em discussão diariamente. Seguem desinformadas, sem saúde, sem educação, sem infra-estrutura básica de saneamento e sem segurança.

Agora se alimentam, mas até quando?
O Brasil tem reservas, mas até quando?
A distância abismal entre pobres e ricos permanece, mas até quando?

As televisões, instrumentos de integração nacional, cumprem sem muitos cuidados seu papel. Esquecem (serão tão ingênuos assim?) que o Brasil é formado por diferenças culturais importantes e se dedicam à difusão das gírias e costumes da “beira-mar”, desprezando o cerrado, o pantanal, as florestas tropicais ou o pampa sulista.

Portanto, enquanto a informação não chegar às classes mais fragilizadas e continuarmos escrevendo crônicas para nós mesmos e que poderiam provocar a discussão sadia da realidade política e social do Brasil, estaremos andando em círculos e trabalhando de acordo com os interesses daqueles que não querem que a realidade seja desvendada.

6 comentários:

  1. Temos que continuar a falar, ainda que seja para um público reduzido, pois é o meio possível, o que nos resta. Não dá pra esquecer que tem que lê e nunca parou pra pensar em determinados tópicos. Aí, estará cumprido o papel de quem escreve: fazer pensar, ao menos aquele que lê, pois será mais um formador de opinião. Abração. Jerônimo.

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  2. Foi como consegui publicar o comentário, ignorante que sou das técnicas. Mas, como percebes, não estou tão anônimo quanto avisa a forma de publicação. Jerônimo Jardim.

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  3. Olá, Jerônimo.
    Seguiremos falando e lendo e não esquecendo de pensar...hehehe.

    Abraço

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  4. Ótimo esse texto, George!
    A Internet está repleta de papagaios de hospício, mas o teu blog é ótimo.
    Continua escrevendo, pois os teus textos estão cada vez melhores.
    Baita abraço.
    Mana 1.

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  5. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  6. Mana.
    Obrigado pelo elogio e apareça sempre.

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