quarta-feira, dezembro 26, 2007

INCLUSÃO SOCIAL

A expressão inclusão social, tão utilizada nos dias de hoje, deveria ser tratada com mais cuidado, pois corremos o risco de vê-la vulgarizada de tanto ser repetida.
Tirante a verdadeira função de incluir ou dar oportunidade às pessoas excluídas dos processos sociais, como educação e saúde, por exemplo, devemos analisar também por outros ângulos, visto que, inserir socialmente é muito mais abrangente do que podemos imaginar.

NA POLÍTICA
Poderíamos começar dizendo que a classe política brasileira deveria trabalhar pela própria inserção social, pois laboram em causa própria. Basta ter acompanhado os nauseabundos atos corporativos ocorridos durante o ano legislativo e executivo que agora se encerra, quando os maus representantes do povo saíram em defesa daqueles que não respeitam o cidadão brasileiro.
A ética parece não fazer parte da formação daqueles políticos inescrupulosos.

NO FUTEBOL
Há muito que o futebol deixou de ser o setor que mais trabalha na direção de trazer das camadas excluídas da fatia pobre da sociedade brasileira jovens miseráveis dando-lhes chances de se desenvolverem como seres humanos. Dirigentes imorais aproveitam-se da ingenuidade de atletas e torcedores, roubando fortunas dos clubes. O que menos importa é a inclusão social.
Empresários ávidos ganham muito dinheiro explorando famílias de meninos que mal dominam o próprio idioma, jogando-os como objetos nos clubes da Europa, sem se preocuparem com as conseqüências provocadas nos garotos pelo choque cultural.
A imprensa esportiva por sua vez, arrogante e muito bem treinada para lucrar em cima do futebol, dedica horas opinando desde o esquema tático até o modo como os clubes deveriam administrar seus falidos cofres e, sem maiores preocupações, arriscam palpites o tempo todo.

NA RELIGIÃO
Um grande negócio que gera lucros em cima da boa fé de pessoas incluídas e excluídas, principalmente dos pobres, carentes de educação e saúde.
As igrejas “vendem” bilhetes sorteados para a inclusão, mas no reino dos céus. Normalmente é uma viagem sem volta, pois as pessoas se tornam radicais.

NA MÚSICA
Ainda é a forma mais direta de inserção social. É popular por definição porque vem do povo e é feita para o povo. Por isso mesmo reflete o nível cultural.
De baixa qualidade a música é disputada pelo mercado fonográfico porque é produto que vende em grande quantidade.
A música ainda é o único canal de inclusão social apesar de estar alicerçada nos modismos criados pelos marqueteiros que trabalham para a indústria de discos.
Os inseridos socialmente de hoje poderão não estar mais incluídos amanhã!

NA MÍDIA
Formadora de opinião deveria fomentar a integração da população brasileira. Porém, a televisão como sendo a mais importante ferramenta da mídia, nos empurra padrões de comportamento, desprezando culturas muito mais ricas e sérias.
Quando abordam temas relativos à inclusão social vem, novamente, o futebol como sendo a única porta de acesso à inserção social.
Explora o negro como exemplo único de excluídos e tratam o índio e os brancos miseráveis com menos interesse.

NOS MAIS RICOS
Países ricos e aqueles que são donos de enormes fortunas deveriam também inserir-se socialmente, criando e participando mais ativamente de programas de inclusão social, distribuindo um pouco daquilo que possuem a fim de proporcionar melhor qualidade de vida à parte da população miserável.

CLIENTELISMO
Não haverá inserção social através de políticas clientelistas.
Evidentemente que é salutar ver mais pessoas se alimentando. Melhor seria vê-las se alimentando e ocupando novos postos de trabalho e não sendo objeto de manobras ardilosas e populistas na busca de votos para as próximas eleições.
Com trabalho seriam independentes. Mas será que independência interessa?

sábado, dezembro 22, 2007

MASP



Em 1990 dois homens entraram no Museu Isabella Stewart Gardner, em Boston e roubaram doze obras de pintores como Rembrant, Veermer, Degas e Manet.
Para o FBI o principal suspeito passou a ser o diretor do museu, porém nunca foi comprovado nada.
Em 1911 um italiano roubou a Mona Lisa, de Da Vinci, do Museu do Louvre e saiu com a tela em baixo do seu avental.
Alguns dos roubos de obras de arte podem atingir os 500 milhões de dólares como aconteceu em 1991, quando dois ladrões roubaram vinte telas do Museu Vam Gogh, em Amsterdã.
Não há dúvida que os larápios são especializados e conhecem bem o mundo das artes.
Curioso é a incompetência dos administradores dos museus que não cuidam da segurança dos prédios, colocando guardas despreparados para exercerem função tão importante.
No MASP um dos responsáveis pela direção da instituição, sem saber como justificar o ocorrido, disse que os guardas foram treinados para recepcionar os visitantes, partindo do principio que as pessoas que vão ao museu estão lá para ver obras de arte e não roubar.
As obras não tinham seguro!
Vi na televisão a entrevista de outro “competente” gestor que ofereceu R$ 1.000,00 como pagamento por qualquer informação sobre o paradeiro das obras. Afirmou que o valor é simbólico e ele espera que os ladrões tenham suas consciências culturais atingidas e venham a devolver as telas.
No roubo de 1990, em Boston, o resgate por uma pista chegou a 5 milhões de dólares. As obras não apareceram!
Ingenuidade e incompetência juntas!

sexta-feira, dezembro 07, 2007

LEITURA

Psicanálise e Arte - A Busca do Latente, livro com texto de Myrna Cicely Couto Giron, editado pela Editora Rigel é minha dica de leitura.

A palestra da Professora Myrna, proferida no Centro de Cultura Érico Veríssimo, foi intrigante pois ela faz uma interpretação do comportamento de artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Fernando Pessoa entre outros.

É também um livro de História, mas temperado com a visão da Psicanálise sobre as artes desde a Pré-história até a Arte Contemporânea.

FALA SÉRIO, MEU!

Não são poucas as ocasiões nas quais temos que nos reunir com pessoas a fim de esclarecer coisas que foram mal interpretadas ou que “não era bem aquilo que eu quis dizer, você entendeu mal!”
Interesses, objetivos, princípios, sonhos, desejos são jogados sobre a mesa de discussão e defendidos vorazmente.
Pois quando não somos claros nas nossas argumentações, ficando em cima do muro para não tomarmos esse ou aquele caminho pensando que se formos diretos estaremos ofendendo nosso semelhante, as interpretações ficarão mais restritas ainda, porque adotaremos nossos referenciais pessoais como forma de defender nossas idéias e, absurdamente, passaremos a “julgar” o outro como se possuíssemos tal atribuição.
Então, “o ser prolixo” acaba contribuindo para aumentar a confusão e, confortavelmente, o enfadonho repassa para o próximo a responsabilidade da decisão.
Nós poderemos dizer, por exemplo, que não gostamos de rock! O prolixo dirá que "talvez, se a noite fosse de lua cheia, gostaria de, quem sabe, ouvir um blues, mas que o rock também poderia ser ouvido, já que noites de lua cheia tem quase tudo a ver com um rock... Mas nada contra aqueles que curtem o rock, apesar de gostar muito de blues..."
Fala sério, meu!