quarta-feira, setembro 26, 2007

DO SENHOR OU DO DEMÔNIO?

Os rios transbordaram deixando centenas de pessoas ao deus-dará.
A defesa civil e a população ajuda como pode; ginásios de esportes são transformados em albergues improvisados.
Não bastasse a dureza de vida daquela gente pobre a natureza não poupa e judia.
Onde estão os pastores, bispos e os padres?
Por que não abrem as portas de seus confortáveis templos àqueles que os mantém?

Será a enchente obra do Senhor ou do Demônio?

sábado, setembro 22, 2007

DIFERENÇA DE CLASSES

Vi e ouvi num programa jornalístico a entrevista concedida pelo presidente do IBGE e um economista pesquisador da FGV.
O destaque ficou por conta dos milhões de brasileiros que deixaram a faixa de pobreza e miserabilidade e ingressaram no mercado.

Segundo o economista a evolução teria começado há 10 anos não devendo ser dado credito pelo mérito a nenhum governo especificamente.
Mais empregos formais, o Programa Bolsa Família e o acesso ao crédito foram alguns fatores que favoreceram os pobres e miseráveis de ontem.

O economista ainda salientou os “anos de ouro” pelos quais o Brasil transita; o representante do IBGE lembrou que a classe rica da sociedade não teve que ficar mais pobre para que a diferença entre as classes sociais diminuísse e destacou que os miseráveis de ontem ingressaram no mercado consumidor trazendo mais dinheiro.

A diminuição da diferença entre as classes, ainda segundo os entrevistados, é um dado estatístico que vem sendo medido durante os últimos dez anos a partir do mesmo modelo científico de aferição e coleta não sendo, portanto, “mascarado”.

Números como o aumento da quantidade de aparelhos celulares, maior número de postos de trabalho com carteira assinada e o acesso facilitado ao crédito foram exaltados até com certa euforia durante a entrevista.

O crescimento do Brasil, segundo o dado divulgado na entrevista, é exatamente igual ao índice de crescimento da China!

Assim é o Brasil, crescemos como os chineses, afirmaram.
Temos mais pessoas consumindo por todos os cantos todas as coisas.

Só que levamos dez anos para tirar da miserabilidade uma pequena parte de brasileiros que hoje são “novos consumidores” (aos olhos do sistema), e continuamos sem infra-estrutura básica sanitária, sem saúde pública, segurança e educação e gastando mal!

domingo, setembro 16, 2007

CIVILIZADOS


Hoje à tarde, num canal de televisão, tivemos a oportunidade de assistir ao mundial de atletismo que acontecia em Berlim.
No estádio, além dos milhares de espectadores confortavelmente acomodados, estavam dezenas de atletas, árbitros, fiscais e técnicos.
Em frente ao pódio havia uma mesinha e sobre ela uma pequena caixa na qual descansavam barras de ouro no valor de um milhão de dólares.
Os lingotes seriam entregues ao campeão da competição.
Aquele milhão de dólares estava abandonado. Ninguém por perto, nenhum curioso...

Quem estava na arquibancada como assistente tinha acesso sem obstáculos físicos à pista e às barras de ouro. Porém, a competição e a performance dos atletas era o mais importante àquela platéia civilizada.

Certamente que alguém fazia a segurança discreta do local.
Nada de policiais com cães ou aqueles brutamontes dentro de ternos pretos usando óculos escuros, microfones e rádios que nós pudéssemos perceber.

Assim como na Alemanha outra curiosidade foi um lance acontecido num jogo de futebol na Inglaterra.
A bola foi parar na arquibancada após um chute. Não tinha aramado para separar a torcida do campo de jogo. Imediatamente o torcedor devolveu a bola para o jogador que, a pouca distância, agradeceu a gentileza.

Por aqui, hoje é dia de GRENAL e estamos discutindo quem irá pagar pela segurança nos estádios.

sexta-feira, setembro 14, 2007

CENTRO DA CIDADE


CENTRO DA CIDADE
Poucas são as cidades que recebem, no bairro denominado Centro, a devida atenção por parte dos administradores municipais e dos habitantes.

A história de todas elas começa com a implantação do primeiro núcleo residencial, comercial, serviços e até indústrias no que chamamos hoje em dia como Centro da cidade.

A praça era o núcleo principal e no entorno as atividades se estabeleciam e se desenvolviam.
Estação de trens, terminais de carga e descarga de mercadorias, o armazém, a farmácia, o cais do porto – se a cidade fosse ribeirinha ou à beira-mar – e o Paço Municipal.
Havia ainda a cadeia, o quartel e o hospital.
Os veículos com tração animal tinham espaço para estacionamento onde fontes de água refrescavam e matavam a sede dos condutores e dos animais.

Os prédios detinham características arquitetônicas trazidas pelos imigrantes europeus que construíam conforme a cultura da terra natal.
Italianos, alemães, poloneses, portugueses e outros povos edificavam com cuidado e, na verdade, estavam contando a história de cada povo em cada detalhe aplicado nas fachadas.

As cidades foram crescendo. Surgiram os bairros, os carros, os bondes, mais ruas e avenidas, os ônibus, terminais, elevadas, túneis e uma série de novos equipamentos.

Sem planejamento urbano a cidade se deteriorou e o Centro foi esquecido.
Transformado num local de intensa atividade comercial durante o dia, durante a noite serviria como abrigo aos mendigos, indigentes e ladrões.
Os prédios foram demolidos e nos novos lotes unificados ergueram-se edifícios onde, no térreo, lojas se instalariam e, não raras vezes, os pavimentos superiores serviriam como moradias mais tarde transformadas em locais de prostituição, tráfego de drogas e depósito de mercadorias contrabandeadas.

A deterioração das áreas centrais foi e é a realidade geral.

A humanização dos Centros até foi tentada em algumas cidades, com as “ruas vinte e quatro horas”, mas o nível de degradação humana e estrutural é tão alto que as experiências não tiveram o sucesso esperado.

Para nós brasileiros o ato de planejar nos traz muitas dificuldades; para os governantes e administradores parece ser mais problemático ainda.

A falta de planejamento urbano ou a inoperância na aplicação de leis descritas nos Planos Diretores ocasionará enormes prejuízos às populações e a qualidade de vida.
A História irá contar.

terça-feira, setembro 11, 2007

ESCRITA GRUNGE

Em pleno “aperfeiçoamento” da escrita grunge surge a idéia da unificação da língua portuguesa.
Não vai dar certo!
A escrita grunge é, na verdade, a evolução natural da escrita fonética que já teve seus anos de glória e foi cedendo lugar por conta das novas formas de comunicação escrita, oral e visual.
Visual porque não é raro vermos imagens pequenas no canto do vídeo mostrando alguém traduzindo a fala do apresentador através da linguagem dos sinais, fato que atraiu boa quantidade de novos assistentes.

A comunicação oral - quer expressando-nos para uma platéia, quer contando uma vantagem na mesa do bar, não é tarefa fácil para muitas pessoas, mas ainda é a forma mais direta de comunicação e não exige muitos cuidados porque errar, neste caso, fica por conta do improviso do momento.
Mas, escrever é o problema!
Com a chegada da internet a comunicação adotou nova medida de velocidade e tempo, ou seja: megabaites – na ultrapassada escrita fonética, ou mb – na escrita grunge.
Você é vc; porque é pq; espera aí é peraí.
Estamos nos habituando à escrita grunge por causa da necessidade de estabelecermos uma comunicação veloz e com duas ou três pessoas ao mesmo tempo.
E nos entendemos perfeitamente!
Resumindo: a unificação da língua portuguesa servirá como incentivo ao pleno desenvolvimento da escrita grunge, pois ortografia e gramática estão sendo abandonados pelos estudantes que escrevem, não em cadernos pautados, mas através infovias e inforedes.
Bom será para editoras e gráficas...
E os professores de português continuarão ganhando a mesma merreca.
Pelo menos, se acontecer, o português do Brasil será a matriz.
Té +...

quinta-feira, setembro 06, 2007

REALIDADE: UMA QUESTÃO PESSOAL?

Hoje eu percebi como nós vivemos duas realidades. Uma verdadeira; a outra nem tanto.
Na fila formada à porta de um banco estavam idosos pensionistas e pessoas que, certamente, aguardavam para retirar auxílios previdenciários.

Os bancos abrem suas portas antes das 11h00min a fim de favorecer, não por livre vontade, mas por força de normas legais penso eu, àqueles idosos curvados pelo tempo. Em pé ou encostados nas paredes eles aguardavam pacientemente a vez.
Às vezes expostos ao frio e a chuva miúda; às vezes sofrendo sob o sol escaldante e resistem ao barulho ensurdecedor da cidade e ao silêncio e à indiferença de passantes que cruzam sem notar o sofrimento dos velhinhos.

E porque os bancos estão estufados de dinheiro é que os mesmos deveriam dar conforto aos idosos. Seria idéia saída das cabeças pensantes dos vereadores, prefeitos e governantes, não existisse a insensibilidade e a intocabilidade dos agentes financeiros bem como a falta de humanidade e respeito.
As agências bancárias deveriam ser obrigadas por força de lei federal a manter espaços com cadeiras justamente para dar o conforto e a segurança necessária aos pensionistas.

Lula disse que prefere os bancos endinheirados a ter que socorrê-los usando o dinheiro público. Mas as verbas também não são aplicadas corretamente no sentido de arrumar a saúde pública e dar segurança ao brasileiro.

No quesito segurança, incrível foi o comentário que ouvi de uma pessoa que passava por perto da fila chamando a atenção ao dizer que os idosos eram presas fáceis dos batedores de carteira; seria tão somente o larápio aguardar que o pensionista cruzasse à porta da agência, ao deixar o banco, para o delito ocorrer.
No raciocínio dele, segundo sua própria realidade, o moço seguiu observando que não entendia por que aquelas pessoas não faziam a operação bancária através da internet, ou ainda, por que não utilizavam cartão bancário, porque assim poderiam sacar o dinheiro das contas (que contas?) nos caixas eletrônicos.
Afinal, por míseros R$ 10,00 pagos aos bancos pelo serviço, tudo estaria resolvido de forma rápida e de modo seguro.

Talvez ele desconheça a existência de cartões da previdência para operações específicas.
Eu concluí que o jovem não sabia que quase todos aqueles idosos estavam ali para retirar o equivalente a um salário mínimo.

Na realidade, dez reais é muito dinheiro para a grande maioria do povo brasileiro e não uma simples questão de opinião pessoal.

sábado, setembro 01, 2007

O DEMENTE DE GRAMADO

O prefeito de Gramado ao ser perguntado sobre o episódio acontecido durante o Festival de Cinema quando um jovem, na tentativa de protestar, foi duramente castigado pelos seguranças, respondeu destacando que o rapaz era um demente.
Ao querer enfatizar o estado de loucura ele completou, com exacerbada ironia, dizendo ao entrevistador que: “o louco queria protestar por ter sido ele o idealizador da “calçada da fama” e nunca ter recebido pela autoria da idéia”.

Curiosa a forma como o mandatário aborda o assunto porque, se o jovem é realmente demente, bastaria que o prefeito fosse mais sensato e demonstrasse seu empenho no sentido de auxiliar o rapaz e não de justificar a truculência dos seguranças através da insensatez involuntária do jovem.