sexta-feira, outubro 17, 2008

AS NOVAS ADMINISTRAÇÕES

Fico aqui pensando como serão as novas administrações municipais após as eleições.
Acompanhei, embora que distante e sem muita motivação, debates e propagandas políticas; estas, então, ridículas tanto pela obrigatoriedade do cedimento de espaços na mídia como pela falta de conteúdo e qualidade de alguns – quase todos - candidatos despreparados e demagogos.
Com a classe política desmoralizada por conta de repetidos casos de corrupção e deslizes éticos, candidatos se esforçaram – e ainda se esforçam - tentando convencer eleitores prometendo coisas impossíveis. E, mesmo sabendo da falta de dinheiro que irão enfrentar, seguem insistentes por baixo de camisas suadas e mangas arregaçadas.
Eleitores um pouco mais atentos conseguem perceber nos sorrisos e afagos a falsidade e o interesse sub-reptício; para os candidatos somos um mundo de possibilidades; somos um rebanho acuado que, por causa do medo manipulado, da segurança esquecida, da pobreza histórica e da miséria de muitos estamos na mira do mais astuto e persuasivo.
O eleitor crê! Espera, acredita e aposta. Os que estão mais próximos do candidato sentem-se resolvidos, arrumados e orgulhosos; mais ou menos como uma-mão-lava-a-outra.
Seria como quem crê no paraíso; compra um cantinho no céu laborando por diárias, refeições e camisetas. De positivo é o trabalho farto e disponível para quem quer em épocas de eleições. Tudo bem! Depois cessará e a realidade baterá à porta.
E é neste comportamento de troca de interesses frágeis - na verdade angustiantes para ambos os lados - que me apego.
Assim é a política, assim somos nós - os eleitores - e assim são os políticos.
Não vejo como os novos administradores cumprirão promessas.
A única certeza que tenho é a falta de verdadeiros líderes políticos corajosos e desprendidos de interesses pessoais independentemente de siglas e ideologias.

terça-feira, outubro 07, 2008

NOVO HAMBURGO - PORTO ALEGRE - NOVO HAMBURGO - BR116


Quem se aventurar por esta superada via deverá estar preparado como se fosse subir num ringue de vale-tudo.
Por questões de trabalho tenho que me submeter às regras impostas por motoristas raivosos, vingativos, atrasados e que usam o celular enquanto pilotam veículos de passeio, caminhões, ônibus, kombis e até motocicletas, como eu mesmo já presenciei.
A inexistência de sinalização adequada só perde em quantidade - e qualidade - para a falta de fiscalização, totalmente inexistente, por parte do polícia rodoviária federal.

Placas orientando motoristas de caminhões para que circulem na pista da direita foram recentemente instaladas ao longo do trecho, mas parece que os caminhoneiros não aprovaram, porque permanecem circulando pela esquerda demonstrando falta de educação. Eles não cumprem as leis básicas de trânsito e desafiam autoridades que preferem enfiar a cabeça no buraco e deixar por isso mesmo.

Que a rodovia está superada, não há dúvida.
Porém, ações inteligentes no sentido de organizar o trânsito – eu disse: inteligentes – estão longe de acontecer. Afinal, pensar, para alguns técnicos – deve doer!

A BR116 é um caso de pesquisa científica.
Ali transitamos nós, brasileiros, que não gostamos de leis, porque temos que cumpri-las; de impostos, porque temos que pagá-los e não nos dão retorno social, político e individual.
De polícia, porque não é eficiente; de caminhões em excesso transitando em alta velocidade quando produtos e serviços deveriam ser distribuídos e prestados de formas mais adequadas e diligentes.
Nós, brasileiros, aceitamos regras impostas pela impunidade, tanto que elegemos políticos corruptos que olham para o próprio umbigo e, quando têm alguma qualidade, são engolidos pelos interesses maiores – eu disse maiores? – da confraria político-partidária.

Pelo menos hoje eu consegui voltar para casa somente com o prejuízo moral, pois contrariando as regras eu tentei – que me desculpem os motoristas das carretas – manter a velocidade máxima de 80 km.
Coitadinha da minha mãe!
Pois é! Agora me dou conta!
Lembrei-me de uma notícia na internet sobre um engenheiro português que, para se defender da multa que levaria ao ser parado numa rodovia por excesso de velocidade, argumentou com o policial dizendo que a placa não informava se era por hora, metro, segundo, ou por dia!
E nós nos achando espertos dentro de nossos carrinhos!

quinta-feira, outubro 02, 2008

A PRIVACIDADE JÁ ERA...

Li na internet que os japinhas estão desenvolvendo celular que permitirá ver através das paredes.
Pois, na verdade, a tecnologia que invadirá nossas vidas, de certa forma, já é uma realidade.
Um amigo contou que estava na suíte máster de um motel transando com sua mulher e pensou estar tendo seu desempenho sexual avaliado através de um pequeno aparelho instalado junto ao teto, que ele viu, no momento de uma das peripécias.
Trepando, mas numa das cadeiras do quarto, ele arrancou aquilo constatando ser uma microcâmera. Indignado, ele invadiu a sala da administração e encheu a atendente com os piores impropérios, além de derrubar a bandeja com as xícaras e a garrafa térmica que se se espatifou no chão, manchando o carpete cor caramelo que cobria a sala. A câmera de segurança testemunhou tudo!
Depois da confusão, ao sair, ainda ofendeu o porteiro do motel fazendo aquele característico sinal com o dedo médio, tudo sob a mira da câmera do circuito interno e externo de segurança daquele estabelecimento.
Dois dias após ele foi à delegacia de polícia, pois fora intimado por um escrivão a prestar esclarecimentos por conta da balbúrdia e a desordem provocada no motel.
Depois das formalidades o delegado informou que o depoimento estava sendo filmado e que serviria como prova, caso meu amigo fosse levado ao juiz.
Sorte foi que seu advogado conseguiu gravar as imagens dentro da sala do delegado. Enquanto ocorria a sessão de perguntas e respostas o advogado habilidoso disfarçou que conversava ao telefone celular, quando na verdade filmava tudo.
Ninguém sabe como, mas as imagens da chegada do meu amigo àquela delegacia foram parar na televisão. ( É que ele é um cara conhecido; joga futebol num grande clube e assim temeu perder os polpudos reais que recebe pelo direito de imagem que o patrocinador detém. Ele desconfia que esteja sendo seguido por algum paparazzo.)
A diferença com relação à notícia que li na internet é que os japinhas possibilitarão a invasão total de nossa privacidade. Seremos vistos no quarto, na cozinha, pelados, vestidos e em outras situações mais indiscretas ainda.
E, vice-versa, cada um de nós poderá bisbilhotar através das paredes...
Sinal dos tempos!