Republico crônica que ixcrevi
por conta daquilo que ouvi nessix diaix de carnaval durante entrevistaix concedidaix àix televisõex
brasileiraix por alguinx participantx do segundo maió
evento de manifeixtação cultural do
Brasil.
Aqui vai:
CARIOQUÊS OU PORTUGUÊS
“O Português
nosso de cada dia” é o título do texto escrito por Martinho da Vila editado no
Jornal do Brasil em 27/9/07.
Lá pelas
tantas ele diz acreditar que “todos gostam do jeito carioca de falar, quando
não exageramos nas gírias”, e mais adiante ele defende uma tese afirmando
acreditar que “chegará o dia em que todos falarão como nós”, referindo-se ao
modo carioca de se expressar.
O sambista
menospreza e despreza os sotaques regionais brasileiros ao considerar que, o
“carioquês”, deverá ser o jeito brasileiro de falar.
Mas ele não
está só, porque nas novelas, dublagens e narrativas que ouvimos na televisão,
nada é feito para que os locutores, artistas e apresentadores falem da forma
correta, ou seja, se expressem falando o Português.
Seria muito
estranho ouvir, por exemplo, um apresentador de telejornal, que tivesse nascido
em Bossoroca, no Rio Grande do Sul, noticiando a derrota do Flamengo, ou um
locutor oriundo de Banabuiú, interior do Ceará, apresentando o Globo Repórter.
Da mesma
forma soa curioso ouvir – para quem reside no interior do Amapá – Martinho da
Vila concedendo entrevista ao Faustão, onde “s” vira “x”, “mais” é “mai” e “bons”
é “boinx”.
Nos sotaques
estão escondidas as raízes culturais de cada povo. Sem muito esforço podemos
identificar qual a influência que os portugueses, holandeses, italianos ou
uruguaios, exerceram no nosso povo.
Mas no fundo
eu tenho que concordar com o sambista, porque pela quantidade de “carioquês”
que nos empurram ouvido- a -baixo,
corremos sério risco de adotar aquela chiadeira como o som da integração
brasileira.