quinta-feira, setembro 06, 2007

REALIDADE: UMA QUESTÃO PESSOAL?

Hoje eu percebi como nós vivemos duas realidades. Uma verdadeira; a outra nem tanto.
Na fila formada à porta de um banco estavam idosos pensionistas e pessoas que, certamente, aguardavam para retirar auxílios previdenciários.

Os bancos abrem suas portas antes das 11h00min a fim de favorecer, não por livre vontade, mas por força de normas legais penso eu, àqueles idosos curvados pelo tempo. Em pé ou encostados nas paredes eles aguardavam pacientemente a vez.
Às vezes expostos ao frio e a chuva miúda; às vezes sofrendo sob o sol escaldante e resistem ao barulho ensurdecedor da cidade e ao silêncio e à indiferença de passantes que cruzam sem notar o sofrimento dos velhinhos.

E porque os bancos estão estufados de dinheiro é que os mesmos deveriam dar conforto aos idosos. Seria idéia saída das cabeças pensantes dos vereadores, prefeitos e governantes, não existisse a insensibilidade e a intocabilidade dos agentes financeiros bem como a falta de humanidade e respeito.
As agências bancárias deveriam ser obrigadas por força de lei federal a manter espaços com cadeiras justamente para dar o conforto e a segurança necessária aos pensionistas.

Lula disse que prefere os bancos endinheirados a ter que socorrê-los usando o dinheiro público. Mas as verbas também não são aplicadas corretamente no sentido de arrumar a saúde pública e dar segurança ao brasileiro.

No quesito segurança, incrível foi o comentário que ouvi de uma pessoa que passava por perto da fila chamando a atenção ao dizer que os idosos eram presas fáceis dos batedores de carteira; seria tão somente o larápio aguardar que o pensionista cruzasse à porta da agência, ao deixar o banco, para o delito ocorrer.
No raciocínio dele, segundo sua própria realidade, o moço seguiu observando que não entendia por que aquelas pessoas não faziam a operação bancária através da internet, ou ainda, por que não utilizavam cartão bancário, porque assim poderiam sacar o dinheiro das contas (que contas?) nos caixas eletrônicos.
Afinal, por míseros R$ 10,00 pagos aos bancos pelo serviço, tudo estaria resolvido de forma rápida e de modo seguro.

Talvez ele desconheça a existência de cartões da previdência para operações específicas.
Eu concluí que o jovem não sabia que quase todos aqueles idosos estavam ali para retirar o equivalente a um salário mínimo.

Na realidade, dez reais é muito dinheiro para a grande maioria do povo brasileiro e não uma simples questão de opinião pessoal.

3 comentários:

  1. A triste realidade do idoso, o desrespeito com a 'melhor idade'...

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  2. Olá, Miriam
    É a dura realidade.
    Obrigado pela visita.

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  3. Ola George!
    Agradeço a visita. Licinia Quiterio eh uma poeta portuguesa... http://sitiopoema.blogspot.com/
    Um abraço

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