sexta-feira, setembro 14, 2007

CENTRO DA CIDADE


CENTRO DA CIDADE
Poucas são as cidades que recebem, no bairro denominado Centro, a devida atenção por parte dos administradores municipais e dos habitantes.

A história de todas elas começa com a implantação do primeiro núcleo residencial, comercial, serviços e até indústrias no que chamamos hoje em dia como Centro da cidade.

A praça era o núcleo principal e no entorno as atividades se estabeleciam e se desenvolviam.
Estação de trens, terminais de carga e descarga de mercadorias, o armazém, a farmácia, o cais do porto – se a cidade fosse ribeirinha ou à beira-mar – e o Paço Municipal.
Havia ainda a cadeia, o quartel e o hospital.
Os veículos com tração animal tinham espaço para estacionamento onde fontes de água refrescavam e matavam a sede dos condutores e dos animais.

Os prédios detinham características arquitetônicas trazidas pelos imigrantes europeus que construíam conforme a cultura da terra natal.
Italianos, alemães, poloneses, portugueses e outros povos edificavam com cuidado e, na verdade, estavam contando a história de cada povo em cada detalhe aplicado nas fachadas.

As cidades foram crescendo. Surgiram os bairros, os carros, os bondes, mais ruas e avenidas, os ônibus, terminais, elevadas, túneis e uma série de novos equipamentos.

Sem planejamento urbano a cidade se deteriorou e o Centro foi esquecido.
Transformado num local de intensa atividade comercial durante o dia, durante a noite serviria como abrigo aos mendigos, indigentes e ladrões.
Os prédios foram demolidos e nos novos lotes unificados ergueram-se edifícios onde, no térreo, lojas se instalariam e, não raras vezes, os pavimentos superiores serviriam como moradias mais tarde transformadas em locais de prostituição, tráfego de drogas e depósito de mercadorias contrabandeadas.

A deterioração das áreas centrais foi e é a realidade geral.

A humanização dos Centros até foi tentada em algumas cidades, com as “ruas vinte e quatro horas”, mas o nível de degradação humana e estrutural é tão alto que as experiências não tiveram o sucesso esperado.

Para nós brasileiros o ato de planejar nos traz muitas dificuldades; para os governantes e administradores parece ser mais problemático ainda.

A falta de planejamento urbano ou a inoperância na aplicação de leis descritas nos Planos Diretores ocasionará enormes prejuízos às populações e a qualidade de vida.
A História irá contar.

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