A expressão inclusão social, tão utilizada nos dias de hoje, deveria ser tratada com mais cuidado, pois corremos o risco de vê-la vulgarizada de tanto ser repetida.
Tirante a verdadeira função de incluir ou dar oportunidade às pessoas excluídas dos processos sociais, como educação e saúde, por exemplo, devemos analisar também por outros ângulos, visto que, inserir socialmente é muito mais abrangente do que podemos imaginar.
NA POLÍTICA
Poderíamos começar dizendo que a classe política brasileira deveria trabalhar pela própria inserção social, pois laboram em causa própria. Basta ter acompanhado os nauseabundos atos corporativos ocorridos durante o ano legislativo e executivo que agora se encerra, quando os maus representantes do povo saíram em defesa daqueles que não respeitam o cidadão brasileiro.
A ética parece não fazer parte da formação daqueles políticos inescrupulosos.
NO FUTEBOL
Há muito que o futebol deixou de ser o setor que mais trabalha na direção de trazer das camadas excluídas da fatia pobre da sociedade brasileira jovens miseráveis dando-lhes chances de se desenvolverem como seres humanos. Dirigentes imorais aproveitam-se da ingenuidade de atletas e torcedores, roubando fortunas dos clubes. O que menos importa é a inclusão social.
Empresários ávidos ganham muito dinheiro explorando famílias de meninos que mal dominam o próprio idioma, jogando-os como objetos nos clubes da Europa, sem se preocuparem com as conseqüências provocadas nos garotos pelo choque cultural.
A imprensa esportiva por sua vez, arrogante e muito bem treinada para lucrar em cima do futebol, dedica horas opinando desde o esquema tático até o modo como os clubes deveriam administrar seus falidos cofres e, sem maiores preocupações, arriscam palpites o tempo todo.
NA RELIGIÃO
Um grande negócio que gera lucros em cima da boa fé de pessoas incluídas e excluídas, principalmente dos pobres, carentes de educação e saúde.
As igrejas “vendem” bilhetes sorteados para a inclusão, mas no reino dos céus. Normalmente é uma viagem sem volta, pois as pessoas se tornam radicais.
NA MÚSICA
Ainda é a forma mais direta de inserção social. É popular por definição porque vem do povo e é feita para o povo. Por isso mesmo reflete o nível cultural.
De baixa qualidade a música é disputada pelo mercado fonográfico porque é produto que vende em grande quantidade.
A música ainda é o único canal de inclusão social apesar de estar alicerçada nos modismos criados pelos marqueteiros que trabalham para a indústria de discos.
Os inseridos socialmente de hoje poderão não estar mais incluídos amanhã!
NA MÍDIA
Formadora de opinião deveria fomentar a integração da população brasileira. Porém, a televisão como sendo a mais importante ferramenta da mídia, nos empurra padrões de comportamento, desprezando culturas muito mais ricas e sérias.
Quando abordam temas relativos à inclusão social vem, novamente, o futebol como sendo a única porta de acesso à inserção social.
Explora o negro como exemplo único de excluídos e tratam o índio e os brancos miseráveis com menos interesse.
NOS MAIS RICOS
Países ricos e aqueles que são donos de enormes fortunas deveriam também inserir-se socialmente, criando e participando mais ativamente de programas de inclusão social, distribuindo um pouco daquilo que possuem a fim de proporcionar melhor qualidade de vida à parte da população miserável.
CLIENTELISMO
Não haverá inserção social através de políticas clientelistas.
Evidentemente que é salutar ver mais pessoas se alimentando. Melhor seria vê-las se alimentando e ocupando novos postos de trabalho e não sendo objeto de manobras ardilosas e populistas na busca de votos para as próximas eleições.
Com trabalho seriam independentes. Mas será que independência interessa?
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Muuuuuuinto esse artigo !
ResponderExcluirParabéns pelo texto e ótima exposição, sistemática. Doença diagnosticada (artrite reumatóide,medicação adequada, conhecimento de riscos, etc), retorno ao mundo virtual (de leve, por enquanto). Jerônimo.
ResponderExcluirManazona: gracias pelo "muuuuuuuuito".
ResponderExcluirBeijão!
Oi, Jerônimo.
ResponderExcluirObrigado pela visita e elogio. É bom saber que tu estás escrevendo novamente e sob controle.
Teu texto "TUDO EM NADA" está muito bom, amigo!
Abraços.