sábado, abril 16, 2011

O SOBRADO

O sobrado de esquina nunca foi sua casa; ali não morou.
No quintal, árvores de cinqüenta anos e arbustos esquecidos, guardam histórias de família, de domingos, de crianças, de noites de verão, de brincadeiras, de tristezas e alegrias.
Sentiu-se como se fizesse parte daquela história.
Pensou nas paredes que já foram brancas e nas venezianas das janelas que talvez tivessem sido pintadas com verde.
Agora descoloridas pelo tempo rodam um filme em preto e branco, cinza, como o vazio que corrói seu peito.
Mas, por quê? Ali não foi sua casa; ali não morou.

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