sábado, fevereiro 06, 2010

MELANCOLIA


...Naquela manhã Lawrence Dumont sentiu-se entristecido; a chuva e o vento frio levaram-no ao desconforto de espírito.

Quando esses momentos aconteciam seu comportamento se alternava entre a vontade de nada fazer e o desejo de se lamentar, de se culpar e de se cobrar por tudo e por nada.
Por vezes o coração batia descompassado.
Aproximando-se da janela olhou até onde a visão podia atingir. Ali permaneceu estático, quase sem piscar.
Por um instante viu-se às margens do English Channel, em Brighton, a esperar pelo pai que fora pescar. Então avistou com dificuldade o barco pesqueiro singrando as fortes ondas e, na proa, seu pai acenava com o lenço branco na mão direita erguida; não conseguia ouvir o que o homem falava por causa do vento que soprava, mas certamente demonstrava estar feliz.
A imagem que Lawrence formara era extremamente mística; não havia claridade, mas também não era noite e uma luz azulada muito intensa emoldurava aquele cenário misterioso como a aurora boreal...

Um comentário:

  1. Já dá pra sentir um gostinho, aguardo a continuação! E tu achou uma imagem muito boa pra ilustrar!

    Que pena que melou lá no Camaleão, né? Mas haverá a próxima!

    Sobre meu texto "Sobre o criador", não dá pra levar muito a sério! A idéia surgiu de uma conversa fiada com a Leila!!! Como ficou bacana, publiquei!
    Valeu pela leitura!

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