segunda-feira, outubro 08, 2007

CARIOQUÊS OU PORTUGUÊS?

“O português nosso de cada dia” é o título do texto escrito por Martinho da Vila editado no Jornal do Brasil em 27/9/07.

Lá pelas tantas ele diz acreditar que “todos gostam do jeito carioca de falar, quando não exageramos nas gírias”, e mais adiante ele defende uma tese afirmando que “chegará o dia em que todos falarão como nós”, referindo-se ao modo carioca de se expressar.

O sambista menospreza e despreza os sotaques regionais brasileiros ao considerar que, o “carioquês”, deverá ser o jeito brasileiro de falar.
Mas ele não está só, porque nas novelas, dublagens e narrativas que ouvimos na televisão, nada é feito para que os locutores, artistas e apresentadores falem da forma correta, ou seja, se expressem falando o português.

Seria muito estranho ouvir, por exemplo, um apresentador de telejornal, que tivesse nascido em Bossoroca, no Rio Grande do Sul, noticiando a derrota do Flamengo, ou um locutor oriundo de Banabuiú, interior do Ceará, apresentando o Globo Repórter.
Da mesma forma soa curioso ouvir – para quem reside no interior do Amapá – Martinho da Vila concedendo entrevista ao Faustão, onde “s” vira “x”, “mais” é “mai” e “bons” é “boinx”.

Nos sotaques estão escondidas as raízes culturais de cada povo. Sem muito esforço podemos identificar qual a influência que os portugueses, holandeses, italianos ou uruguaios, exerceram no nosso povo.

Mas no fundo eu tenho que concordar com o sambista, porque pela quantidade de “carioquês” que nos empurram ouvido a baixo, corremos sério risco de adotar aquela chiadeira como o som da integração brasileira.

3 comentários:

  1. Não se irrite tanto amigo, são as prerrogativas da Grande Antena, sua "central" localização. Quem nasceu lá tem a idéia que o Brasil é lá e o resto é periferia. Consola-te com o fato de que temos mais de vinte jornalistas gaúchos a "equilibrar" o sotaque nos jornais televisivos. O Carlos Schröeder, diretor-geral de jornalismo é gaúcho. A maioria dos correspondentes que estão no exterior são gaúchos. Essa "gauchização" no jornalismo global já gerou um fenômeno nas plagas cariocas, o "tuísmo", com os mesmos vícios portoalegrenses: tu foi, tu viu, tu fez, tu falou, etc. O Português e as outras latinas derivaram do "baixo latim". Logo teremos novas línguas derivadas do "baixo português". Basta aguardar uns 500 anos... Então novamente conversaremos a respeito...

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  2. O anônimo sou eu: Jerônimo (he, he!).

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  3. Oi, Jerônimo

    Grande abraço.

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