Por isso morremos enfartados. Não sabemos dimensionar nossas necessidades mais primárias.
Basta ver como nos comportamos.
Se vamos a uma recepção nos preocupamos com os cartões de visita e os colocamos estrategicamente no bolso do paletó para que tão logo sejamos apresentados ao outro, o aperto de mãos seja seguido de um cartonasso recíproco. Tudo muito mecânico e contábil.
Rimos e demonstramos segurança e afabilidade. Sorrimos e nos fazemos
de velho amigo.
Logo partimos à caça e procuramos outro possível “negócio”.
Somos abordados e abordamos porque ninguém deve perder tempo; ninguém
deve ser notado encostado num canto conversando sobre qualquer coisa que não
seja “negócio”.
Assim é o padrão de comportamento se quisermos ser reconhecido e
aceito na tribo.
Se vamos ao teatro queremos o melhor lugar e corremos a fim de chegar
antes à bilheteria.
Se estivermos no trânsito temos que ultrapassar, pois estaremos em
vantagem. Afinal chegaremos dez minutos antes.
Vamos ao restaurante e lutamos por aquela mesa na janela.
Nosso carro deve ser do ano. É preciso, porque o cliente fará sua
avaliação de zero a dez ao observar o carro, a roupa, o corte de cabelo, o
relógio e modelo de nosso telefone celular.
Nós com mais de 50 temos a impertinência de nos acharmos um pouco
acima das coisas, pois os tropeços e vitórias nos avalizam. Sempre dizemos isso.
Nossos cabelos brancos impõem certo respeito. Mas nos deixam incomodados porque
parecemos velhos e isso poderá atrapalhar em algum momento.
Na verdade o comportamento humano, ao longo da história, demonstra uma
enorme ansiedade que é provocada por regras impostas por padrões de comportamento
da tribo em que vivemos e pelas oportunidades que vislumbramos.
Não conseguimos nos enxergar igual ao outro e nos exigimos sermos superior, melhor e mais esperto.
Agora me dou conta. Escrevi
este texto porque me sentia ansioso e agora ficarei mais ansioso ainda aguardando
por algum comentário no meu blog.
Concordo quanto à ansiedade, George. Mas acrescento outra coisa: ao meu ver, o que move toda e qualquer ação do ser humano é o egoísmo. Mesmo que seja fazer o outro feliz, pois com isso nós é que ficamos felizes. Negativo ou positivo, benéfico ou maléfico, tudo é egoísmo...
ResponderExcluirAbraços
Oi, Jeferson
ResponderExcluirO ser ansioso é antes um egoísta?
Talvez precisemos de um psicólogo para nos auxiliar...
Abraço.
Olá, george!
ResponderExcluirBah, sei lá...! Penso no egoísmo de forma bem ampla, sem preocupação quanto a eu estar certo ou não a respeito, também não é minha intenção rotular a humanidade de alguma coisa que eu talvez nem saiba o que é...! É uma questão sobre a qual eu gosto de simplesmente devanear!!!
Abraços!
Olá
ResponderExcluirÉ verdade: a ansiosidade move o mundo! Até para algo que nos fará mal somos ansiosos, e aí vem a expressão "Pré-ocupação".
Ótimo blog, leio sempre, porém nem sempre tenho a oportunidade de comentá-lo!
Abraço.
Olá, Matheus
ResponderExcluirObrigado pela visita e elogio.
Da mesma forma tenho acompanhado teu blog.
Abraço