quarta-feira, novembro 18, 2009

A MINHA FEIRA DO LIVRO


A minha Feira do Livro aconteceria na Praça mesmo.
Sem essa de mudar porque é verão, porque tem muita gente circulando e porque pisam nos pés das pessoas; porque tem muitas escolas e suas crianças barulhentas; porque não tem estacionamento, porque não tem praça de alimentação no centro do espaço da Feira, porque se chove fica alagado, porque etc., etc. e etc.
Aqui comigo: se eu pudesse faria algumas mudanças, mas o lugar da Feira é na Praça!
Primeiro eu começaria a falar de livros em janeiro, exatamente no segundo dia do ano, oito ou nove meses antes do acontecimento do evento literário.
Falamos de futebol durante o ano todo! Por que não falar de livros por oito ou nove meses?
O futebol, paixão nacional, tem mais de cem anos, mas os livros têm quase a idade da civilização; o futebol acrescentou quase nada; livros fizeram a evolução da humanidade.
Eu procuraria os jornais, rádios e emissoras de televisão e pediria que durante os programas esportivos que, por sinal só tratam de futebol, fosse destinado um pequeno espaço para que se falasse de livros e da Feira de outubro-novembro; sugeriria que durante o noticiário que trata das corrupções dos nossos políticos, dos assassinatos de pessoas comuns e das drogas, um pequeno espaço tivesse que ser destinado ao livro; proporia que durante o horário político - obrigatório, da mesma forma tivéssemos notícias sobre livros, autores e eventos.
Em segundo lugar eu proporia edições de livros especiais para a Feira.
Os lançamentos deveriam ter preços especiais; as editoras, a partir do segundo dia do ano divulgariam através das mídias as vantagens que os visitantes teriam na compra de volumes na Feira de outubro-novembro.
Teríamos pré-lançamentos em eventos mensais patrocinados por interessados em incentivar a cultura. Algo como Bolsa-Livro ou Vale Livro-Familia poderiam fazer parte de programas patrocinados pelos governos.
Em terceiro lugar eu convenceria as grandes lojas que vendem livros em shoppings a se instalarem na Praça. Poderiam trazer seus volumes, tapetes, ar condicionado e seus seguranças de óculos escuro. Mas teriam que cumprir pequenas exigências como oferta de livros mais baratos e ampla divulgação. As redes de livrarias deveriam, necessariamente, começar a falar de livros no segundo dia do ano, logo que a tabela do Gauchão, da Libertadores ou da Copa do Brasil viessem a ser divulgadas, ao mesmo tempo em que os primeiros tiroteios nos morros do Rio se apresentassem como a principal manchete dos noticiários.
Assim seria a minha Feira.



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