terça-feira, abril 01, 2008

BRASIL, BRASIL..

Depois de quase nove horas - deveriam ser sete horas - viajando por uma rodovia entupida de veículos finalmente cheguei ao destino. Saí de Novo Hamburgo rumo à Canto Grande, em Santa Catarina.
A BR 101 é indescritível! Fica evidente a falta de planejamento do governo federal que permitiu, irresponsavelmente, que o caos se instalasse.
Excesso de veículos - principalmente de caminhões - nos dá uma amostragem clara do resultado negativo da política absurda adotada há anos que escolheu as rodovias como a forma de distribuição de alimentos e de todo o tipo de mercadoria.
Pelo menos não vi nenhum acidente, se bem que alguns motoristas imprudentes fizessem o maior esforço para que alguém acabasse morrendo entre ferragens contorcidas, prova de que as campanhas contra os acidentes de trânsito não estão atingindo os objetivos desejados.

As estradas estão sucateadas e por elas transitam veículos cujos proprietários pagam impostos; o dinheiro é mal aplicado e desviado de seus objetivos e tudo com o endosso dos governos.

Quando a BR 101 for concluída certamente que já estará ultrapassada porque teremos mais veículos rodando e as políticas de distribuição de produtos ainda estarão defasadas continuando a priorizar o transporte através de caminhões.

Na verdade o poder de dependência imposto pela indústria de veículos pesados, pneus, peças, etc., é tão forte que não conseguiremos nos desfazer da subordinação instaurada.

Assim acontece nas cidades, pois o transporte coletivo de qualidade é deixado de lado pelas autoridades e pelos usuários fazendo a indústria automobilística cada vez mais presente jogando um número enorme de carros nas ruas subdmensionadas para um trânsito alucinante.

O canteiro de obras instalado ao longo da BR 101 também é detentor de outras péssimas referências que aparecem na desordem e na falta de sinalização adequada. As placas informando desvios e os perigos existentes são poucas ou não existem trazendo tensão ao motorista menos atento e experiente.

Desta forma seguimos atropelando a história desperdiçando oportunidades políticas e sociais sem falar no gasto irresponsável do dinheiro público.

2 comentários:

  1. A ditadura militar deixou de bom a lição de horror a governos totalitários e, felizmente, de bom, o embrião do programa do álcool, isso por acaso, em virtude da opção pelo transporte rodoviário, hoje defasado. Espero que aproveitemos o que é bom e que retomemos a opção pela malha ferroviária como transporte de carga preferencial, até porque os trens de hoje viajam a incríveis velocidades, o que possibilitaria ótimo transporte também para as pessoas. Pena que perdemos tempo na evolução de tecnologia própria no aspecto. A verdade é que a via rodoviária paralisou. De que adianta um carro veloz num tráfego engarrafado, em rodovias com velocidades marcadas em 60, às vezes 40 por hora ou ultrapassadas por motoristas irresponsáveis? É preciso repensar a produção automobilística nascida com o "milagre brasileiro". Abraços. Jerônimo.

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  2. Obrigado pela visita, Jerônimo.
    Nosso problema é ter cedido às pressões da industria automobilística e de autopeças nos anos do "milegre".

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