
Brasileiro-gaúchos e argentinos, que identifiquei pelas enormes cuias ou pelas “cuiazinhas” pequenas típicas do “mate” dos “hermanos”, eles se acomodavam na areia de Camburiu; jogavam bocha, malha, dominó e conversa fora.
A idade daquela turma eu estimei acima dos sessenta; alguns perto dos oitenta e até mais.
Vi muita disposição, fato que me fez deduzir que aqueles velhos tinham plano de saúde e boas aposentadorias, ao contrário da maioria da população de idosos que, pelo menos no Brasil, morrem e mofam nas filas da previdência social com os bolsos vazios; ás vezes, com uns trocos para a passagem de volta para casa a fim de voltarem dali a dois ou três meses porque não havia mais ficha no posto.
Nas muitas cafeterias do calçadão, que ficam bem no centro, numa daquelas características ruazinhas transversais à Beira-Mar, mais velhinhos de março ocupavam as mesas bebendo café e conversando sobre futebol e doenças, temas preferidos dos idosos.
Nada de guardas vestidos de azul; nada de policiamento ostensivo; nada de flanelinhas e pedintes e nenhum, mas nenhum banheiro químico!
Como se “aliviam” depois de tanto mate, chimarrão e prováveis diuréticos por causa da pressão alta?
Fiquei sem resposta, mas acho que, pela proximidade da praia, os velhinhos se deslocam até os hotéis.
Nada de lixo acumulado!
E os carros? Estes param antes das faixas de segurança! Esperam pacientemente a lenta travessia dos velhinhos!
Será o tempo de Camburiu medido em uma escala que não conhecemos ou a educação dos motoristas foi despertada?
Será a passagem das horas para os velhinhos de Camburiu diferente da velocidade do resto do Planeta?
A Camburiu dos velhos de março não é o Brasil dos brasileiros e certamente não é a Argentina dos argentinos, mas um sonho de março.